Resposta da Patrícia ao Desafio I
Do Alto
Do alto, eu contemplo
Questiono meu intento
Me sinto pequeno
Um mero ornamento
Do alto, não entendo
O mundo cruento
E o tal distanciamento
Não gera um alento
Do alto, eu transcendo
As luzes urbanas,
As sombras profanas
A própria cidade
Mas não a torpe demanda
Do alto, o movimento
Mecânico e estéril
Emula o meu périplo
Na borda ornada,
limiar da jornada
Do alto me sinto
Seguro e perdido
Uno e cindido
A alma vazia
Retoma a primazia
Do inicio da vida
Do alto, o fato
Estranho retrato
Que a alguns causa impacto
O rio rubro espalhado
O corpo inanimado
O olhar vidrado
Plácido e calmo
Do alto, eu contemplo
Questiono meu intento
Me sinto pequeno
Um mero ornamento
Do alto, não entendo
O mundo cruento
E o tal distanciamento
Não gera um alento
Do alto, eu transcendo
As luzes urbanas,
As sombras profanas
A própria cidade
Mas não a torpe demanda
Do alto, o movimento
Mecânico e estéril
Emula o meu périplo
Na borda ornada,
limiar da jornada
Do alto me sinto
Seguro e perdido
Uno e cindido
A alma vazia
Retoma a primazia
Do inicio da vida
Do alto, o fato
Estranho retrato
Que a alguns causa impacto
O rio rubro espalhado
O corpo inanimado
O olhar vidrado
Plácido e calmo
5 Comentários:
(E finalmente ele morreu! \o/)
Adoro o ritmo desse poema! Dá pra sentir a pequeneza do eu poético diante da cidade lá embaixo...
Outras coisas que gosto são a metáfora da beirada do prédio como "limiar da jornada" (lindo mesmo, isso!) e a serenidade do corpo no fim da última estrofe...
(ÉEEEEEEEEE! Você foi a única que não ficou de frescura e *injoke* matou */injoke* o cara!!!!!!!)
Nem preciso dizer que é foda, né? O vocabulário tá soberbo, o ritmo, perfeito , e a última estrofe... PUTA QUE O PARIU, TÁ FODA DEMAAAAAAAAAIS! Todas estão, mas a última é minha preferida. XD
Bjos bjos bjos!
Eu não matei ninguém! Ele quis se jogar... :) (ou foi a queda, como diria o Vincent :D)
Sabe, o eu-lírico é algo assustador. Não gosto de lugares altos e creio que o suicídio é a maior das fugas. Esse poema era pra ser uma celebração da vida e virou um canto de Morte. Vai entender os meandros do meu inconsciente...
Ah, o "limiar da jornada" foi inspirado no ciclo do herói mítico, onde mais? E ainda acho que essa modesta obra ficaria melhor se eu tivesse tido mais tempo! :)
Olá! Chegou a trovadora q faltava!
Pois é, Paty, mas vc sabe que, msm você matando o cara (ou se matando, já q vc assumiu o seu eu-lírico), vc fugiu do lugar-comum? Ficou uma imagem linda esse lance do limiar do prédio como o limiar da vida, e como ela pode escapar assim, facilmente. E o cara morreu, o q ninguém tinha colocado! E o último foi o primeiro (no blog!).
Bjs, trovadoras! Ao próximo desafio!
... Na boa, mulher. Eu fico pasma toda vez que leio esse teu poema.
Que você sempre faz algo que é um primor no que se refere a conteúdo, vocabulário e ritmo, nem preciso dizer. Mas esse, ah, não sei, ele me parece ainda mais especial.
Enfim, tá phoda. Com "ph" mesmo.
(Eu bem que podia dizer mais, mas só vou repetir o que as meninas já postaram.)
... E não foi gracioso que o sujeito (pois sempre foi um homem) tenha sobrevivido até a última leitura? XD
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