16.7.06

Resposta da Maria ao Desafio XII

Can(s)ção

Do alto da altíssima estante
Brilha o ínclito diamante
Que, no dedo da bem-amada,
Faz a dama quase casada.
A peça me aguarda ansiosa,
Me exige o momento da glosa
Em que os sinos farei dobrar
Propondo à moça um novo lar

Mas tão longe está o artefato,
Tão suspenso, que então constato
Que escada será necessária
- ou cadeira, ou coisa que o valha -
Pra tornar-me alto o bastante
Que o resgate de lá da estante.
Mas meu corpo, já pronto e induto,
Suplica: "só mais um minuto!"

Me estico na cama macia,
Procrastino o que ora faria.
Estou tão bem aqui, deitado,
Sair daqui será um enfado!
Se me for, não terei mais saída:
Será algo pra toda a vida!
Eu, por fim, nos lençóis me espalho,
Que casar dá muito trabalho...

3 Comentários:

Blogger MôNiCa disse:

Mto fofo!
Grata surpresa VER Laurinha se aventurando na poesia! E como primeira experiência, foi lindo!!!
E sabe, eu entendo esse personagem...ou tão preguiçosa qto ele, e tbm não pegaria o anel...haha)
Bjs!

7/26/2006 12:23 PM  
Blogger Paty disse:

Finalmente mais alguém tem coragem de se aventurar nos versos! Tinha que ser você, né dona "eu mesma na presença de minha própria pessoa"? (injoke! :D)

E que estilo! Ritmo, vocabulário impecável e um senso de humor adoravelmente babaca. Adorei esse noivo preguiçoso de casar porque o anel tá muito longe, hehehe!

Ah, sim: sou só eu que vejo um ritmo de espreguiçar nesse poema?

8/07/2006 2:46 AM  
Blogger Aline Brandão disse:

Adoro esse teu poema. Ele é gostoso como um gato esticado ao sol. Bom ritmo e boas rimas - then again, isso nem me surpreende mais vindo de você...

Mas não gostei do título. Sei lá. "Cansão" soa estranho, e os parênteses tão quebrando... não gostei! *carinha de Misao*

8/24/2006 5:15 PM  

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