Resposta da Mônica ao Desafio II

Abriu a champagne e bebeu. Precisava de coragem, e aquele líquido brilhante correu fluentemente pela sua boca. E sentiu seu sangue esquentar.
Estava sentada na escada de sua nova casa. Tinha agora uma nova vida pela frente e devia se acostumar com seu glamour, e com o gosto dele. Olhou para a garrafa e viu as bolinhas douradas subindo incessantemente. Aquilo sim era uma bebida digna dela.
Mas ainda se sentia insegura. Ainda sentia o medo da novidade. Sentia-se covarde com isso, não queria se sentir fraca. Porque, afinal, viveria de uma forma honesta e não haveria nada de errado nisso. Pelo menos agora poderia sobreviver nessa selva.
E, de repente, riu. Tudo era tão simples, não deveria se preocupar. A coragem, afinal, veio, acompanhando a noite que caía, mansa e inocente. "Irei sobreviver" - ela pensou, agora tranqüila. Pensou em tomar um banho rápido. E já não era sem tempo.
Viu uma luz vermelha se acender, e bebeu o restante da garrafa em um gole. Pousou a garrafa vazia em um degrau e olhou fixamente para ela. Precisava se acostumar com o gosto do glamour e do desejo. Subiu as escadas e entrou no seu quarto e, olhando para o homem que a esperava, pensou que, quando pequena, queria ser assisente de mágico no pequeno circo de sua cidadezinha. E riu da semelhança entre sonho e realidade. Afinal, ela não era nada além de vendedora de ilusões.